Publicado
por: Revista Impacto
Deus
nos concedeu a graça de ficarmos em um dos maiores campos de refugiados sírios
do Oriente Médio por 10 dias. Conseguimos uma permissão especial, pois é um
campo controlado pelo exército. As experiências foram as mais diversas, sem
contar o sacrifício de dormir no chão em uma tenda, numa temperatura de 4
graus. Pensei comigo, se está desconfortável para mim, imagine para as milhares
de crianças que vivem aqui. Visitando as pessoas, ouvindo suas histórias de
vida, partilhando de suas dores, não tem como conter as lágrimas por tanto
sofrimento. As necessidades são imensas e inimagináveis. Auxiliamos algumas
famílias, brincamos com as crianças, presenteamos alguns pequenos e, o
principal, oramos por cada uma dessas pessoas e com elas. Famílias inteiras que
perderam todo o seu passado e vivem sem nenhuma esperança do futuro. Só Deus
pode curar essas feridas tão profundas. Deixei o campo com um sentimento de não
ter feito nada. Na realidade, fizemos pouco diante das necessidades, mas pela
graça de Deus conseguimos amenizar o sofrimento de algumas famílias. Na nossa
despedida, parecíamos que nos conhecíamos há anos. Muitos abraços, muito choro,
muita dor e um pedido especial “por favor, volte novamente”. Na saída, passamos
pela revista do exército novamente que durou mais de meia hora. Nos sentimos
mal com toda essa segurança, porque pensando nessas famílias, eles estão
vivendo em uma prisão. Minha oração pelos refugiados nunca mais será a mesma.
Agora consigo sentir a dor desse povo de muito perto. Amados continue orando
por uma solução divina por esse conflito que já se arrasta por muitos anos.
Como não nos foi permitida fotos dentro do campo de refugiados, tirei uma foto
um pouco longe, onde pode-se ver o campo atrás de mim, no fundo da foto (foto
em anexo).
TRISTE REALIDADE…
Dentro
do campo de refugiados descobrimos uma realidade muito triste. Árabes de países
ricos, principalmente dos países do Golfo, tem sediado as famílias com
dinheiro, para comprar as filhas adolescentes para casamento. Prometem as
famílias um futuro melhor para todos eles. Diante da fragilidade que essas
famílias estão vivendo, algumas tem aceitado e eles levam suas filhas embora.
No entanto, depois de 2 meses trazem de volta e correm a busca de novas
vítimas. Esse fato tem causado feridas maiores ainda, nos corações dessas
pessoas que já estão sofrendo tanto. Pela graça de Deus, nos dias que estivemos
com eles, conseguimos convencer duas famílias a não entregarem suas filhas,
pois as promessas eram mentirosas. O pior de tudo isso, é que os árabes usam o
nome da religião para conseguir com mais facilidade as adolescentes. Amados meu
coração dói muito a cada momento que penso nesses ocorrido. Por favor, ore para
que Deus proteja essas famílias desse mal.
UM
ABRAÇO…
Nas
andanças no campo de refugiados, fazíamos de tudo para nos proteger do frio e
do vento contínuo. A temperatura baixava cada dia mais. As pessoas faziam
fogueiras para se protegerem do frio. Crianças descalças, com pouca roupa,
tinha a pele vermelha pelo frio cortante. Percebi que todos os dias, quando
caminhávamos entre as tendas, um menino de uns 6 anos nos acompanhava. Por onde
íamos, estava lá esse menino atrás de nós. Tentava não ficar tão próximo de
nós, para não chamar tanto a atenção, mas sempre estava por perto. Os dias
foram se passando e ele foi se aproximando, até que começou a conversar
conosco. Eu então perguntei a ele, porque você está sempre atrás de nós. Você
quer alguma coisa, tem algo que podemos ajudar? Ele me respondeu, não tio eu
não quero ajuda não, eu só quero um abraço, porque o abraço é gostoso e
esquenta a gente. Eu disse então vem me abraçar. Ele ainda meio desconfiado,
disse pode mesmo? Meio tímido me aproximou e me abraçou apertado. Eu comecei a
chorar com aquele abraço apertado. Ele me disse, o tio porque você está
chorando, não gostou do meu abraço. Eu falei para ele, gostei demais por isso
estou chorando. Abracei e abracei de novo e de novo, aquele garoto. Ele queria
apenas um abraço e eu também. Deus é bom!!!!
CORAGEM PARA SER DIFERENTE, COMPROMISSO PARA FAZER DIFERENÇA.
Mis. OSNI FERREIRA &
CLAUDIA (Tiago & Débora)
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